2007-02-13

Memórias...

Olho o Pico de branco coberto. À memória o passado e o presente cruzam-se por segundos, de mãos dadas.
Nunca consegui viver a minha vida por metades, tudo o que vivi fi-lo tão intensamente que por vezes a minha alma ficou inevitavelmente magoada, noutras desfrutei totalmente a alegria.
Amo, entrego-me, choro, sou feliz ou infeliz intensamente, nada no meu percurso fica pelo meio-termo. Esqueço-me talvez que entre o branco e o preto existe o cinzento... paciência! Só sei viver assim... É neste compasso de entrega no qual vou vivendo o meu dia-a-dia que me pergunto se valerá a pena? Valerá a pena amar de forma total? Valerá a pena entregar-me sem reservas? Às vezes penso que não, outras deleito-me com a imagem de uma vida vivida tão intensamente que nada foi deixado em vão... E assim deixo o olhar perdido no Pico e as perguntas sem resposta bailham na espuma branca que o beija de mansinho.

4 comentários:

Anónimo disse...

Cara amiga será que vale a pena nos entrgarmos tanto aos outros!!!!, Como doi não nos darem um pouco de atenção e quando vemos que tudo fizemos sem o menor interesse e somos ignorados, mas infelizmente é a lei da vida FELICIDADES

Anónimo disse...

"Amar ou odiar. Ou tudo ou nada.
O meio-termo é que não pode ser."

Fausto Guedes Teixeira.
Na voz de João Villaret.
Sublime.

Anónimo disse...

Cara Teresa

Muito obrigado pelo seu comentário no "Castelete".
Não conhecia o seu blogue, mas quando o "descobri" percebi de imediato que não se confundia na teia de acefalia mal-dizente que norteia a esmagadora maioria dos blogues lajenses. Por isso comentei.

Aqui tem o poema completo de Fausto Guedes Teixeira, com os meus cumprimentos.

Amar ou Odiar

Amar ou odiar: ou tudo ou nada.
O meio-termo é que não pode ser.
A alma tem de estar sobressaltada
P'ra o nosso barro se sentir viver.

Não é uma cruz a que não for pesada,
metade de um prazer não é um prazer;
e quem quiser a alma sossegada
fuja do mundo e deixe-se morrer.

Vive-se tanto mais quanto se sente:
todo o valor está no que sofremos.
Que nenhum homem seja indiferente!

Amemos muito como odiamos já:
a verdade está sempre nos extremos,
porque é no sentimento que ela está.

Anónimo disse...

Dona Teresa estava passeando pela net e encontrei o seu blog comecei a ler, e fiquei tão entusiasmada e gostei tanto das suas palavras que acabei por ler tudo, quem diria a senhora que por vezes encontro no caminho de passinho apressado me fazer pensar de certas coisas que eu achava tão banaís. Continue D. Teresa pois tem aqui uma admiradora.