2007-01-29

Espuma Branca...

O meu pensamento tem voado para longe de ti, estou completamente absorvida por tantas coisas que as minhas mãos não têm tempo para acariciar as letras do teu teclado e expressar o que me vai na alma.
Olho o mar, este mar que me fascina e embriaga e vejo a espuma branca desmaiar de prazer nos braços do "velho forte". Olho o verde mesclado de vida e entrego-me em sonhos e devaneios. Sinto a vida a brotar neste azul e verde e esqueço-me por completo de tudo o resto que me rodeia. Nada mais importa senão os gritos de ternura que saiem de mim e que chegam em sussuro até ti. Completamente enamorada, entrego-me no azul do mar e com os olhos postos em verde esperança entro devagarinho no teu coração e, assim de mansinho, ficamos parados a olhar para além daquilo que vemos, para além daquilo que somos e nada nos resta senão a espuma branca que desmaia de prazer nos braços do "velho forte"...


(foto: minha - 29-01-2007)

2007-01-06

Luz mágica...

Depois de uma viagem atribulada estou de volta ao Pico. Voltei a ouvir o mar bater nas rochas e enchi o meu olhar de verde... Lisboa ficou dentro de mim, em luzes de magia eterna, com os seus pregões e o cheiro das castanhas assadas. Volto de novo à pacatez da Vila e o meu olhar volta atrás e perco-me por entre as ruas cobertas de luz da minha velha Lisboa, entrego-me ao anonimato e sinto-me completamente livre como pássaro que voa sem destino... Este é o encanto de Lisboa... o poder perder-me sem necessidade ou hora de me encontrar...
Sinto em mim o sabor da comida feita pela minha mãe, as tertúlias no aconchego da lareira, os dias que voam sem eu os poder parar... As lágrimas na despedida, apesar de sabermos que estamos sempre juntos, mesmo com o oceano a bailar pelo meio...
Tudo estaria no lugar certo, desde que a minha alma inquieta me deixasse sossegar, mas não!por isso estou eternamente dividida, estou aqui com a mente presa a Lisboa, estou em Lisboa com o pensamento preso no Pico... Não sei de onde sou ou para onde vou, não sei onde pertenço ou se pertenço a coisa alguma... Não sei, se calhar estarei vagueando eternamente em busca de mim, se calhar nunca me encontrarei... Não importa. Talvez um dia eu descubra o meu porto de abrigo e então a minha alma se aquiete.


(Foto: José Luís Ferreira)