2008-12-10

Darmo-nos em vez de dar...

Começou a correria, a loucura desenfreada à procura da prenda certa para cada pessoa. Cortei com isso, embora não de forma total (para o ano certamente serei mais radical).
Este tempo deixa-me sempre a pensar se o acto de dar tem alguma coisa a ver com este consumismo assumido em que perdemos tanto tempo nas lojas que deixamos de ter tempo para dar uma palavra amiga a alguém. Afinal o que é dar? Teremos que forçosamente dar algo de material para nos darmos a alguém? Não será mais importante parar um pouco para conversar? Trocar uns carinhos? Dividir emoções? Partilhar gargalhadas ou lágrimas?
Não me revejo no modelo actual de Natal, perdeu-se a magia, esqueceu-se o importante, faltam os afectos, falta a azafama na cozinha para preparar a ceia, falta a família à volta da mesa, falta o diálogo (sem televisão ligada). Compramos tudo, vende-se tudo e, onde fica o Amor? O Amor Daquele que nasceu e morreu por nós? Terá valido a pena a lição que ele nos quis transmitir? Será que alguém ainda a ouve? ou o ruído dos Centros Comerciais consome tudo, até a mais bela mensagem do mundo?
Acreditem ou não, tudo gira à volta do Amor e, dar algo, sem nos darmos, não vale a pena.
Um Natal de Paz e Amor para todos os que passam por aqui.

2008-11-09

Em tons de castanho luz...

Sou uma amante do Verão, do verde e azul incomparáveis, do Sol a abençoar o Pico... chega o Outono e fico mais triste, o verde dá asas ao castanho, o azul transforma-se em cinzento. Chego a casa de noite e até o último cigarro fumado no jardim, tem o negro por companhia. Mas a moeda tem sempre duas faces e ao olhar as folhas que caiem, as flores que perderam a cor, as cagarras que já não cantam, ouço o silêncio das folhas e petálas soltando-se das árvores, o remor do mar a bater nas rochas e sinto-me em casa. Olho as folhas a cair, as flores que só nascem no Outono e deleito o olhar na magia do sentir..
Olho a Montanha, vestiu-se de cinzento (qual dor d'uma alma que sente e não diz...) e admiro a natureza que se renova, sozinha, sem necessitar de mãos humanas... Analiso-me e dou-me conta que Amo o Outono, uma nova estação que me traz vida em castanhos marejados de luz...

2008-10-23

Saudades....

Ando em maré de silêncios... fujo das palavras e de grandes alaridos sonoros... Hoje, no entanto, lembrei-me de uma palavra que se adapta muito bem ao sentir do povo português: saudade , talvez porque sinta (sentimento) saudades, ou a falta de, ou, de alguém... Sinto saudades da minha infância, de correr livremente pelas ruas da terra do meu Pai, sem medos, sem preocupações, sem pensar nada no dia de amanhã... Sinto-as da minha adolescência marcada pela irreverência, pelas dúvidas, pelos afectos, pelos amores e desamores... Do cheiro que Lisboa tinha, das castanhas assadas, dos pregões da Ribeira, do cacau quente... Sinto saudades dos meus pais e irmã, da nossa enorme cumplicidade, de me limparem as lágrimas sem me perguntar o porquê delas, de compartilhar uma gargalhada pela "coisa mais banal do mundo" e não ser apelidada de tolinha... e os abraços, daqueles fortes, que levavam consigo todos os medos e angústias e eram um conforto enorme para a alma... de andar descalça e "chapinhar" nas poças que a chuva deixava... de namorar à beira-mar, dos silêncios trocados a dois, dos meus filhotes pequeninos e só meus, tão inteiramente meus...
Sinto saudades... esse sentimento em vez de mágoa faz-me sentir grata por ter vivido intensamente tudo o que vivi...
Desculpem lá... volto ao silêncio das emoções...

2008-10-21

Calem as palavras...

Não me digam nada! Deixem-me divagar ao acaso do vento em botes de sonho, em noites de luar intenso... Não usem palavras, sabem-me a vazio, são mascaradas de sons adocicados que me soam ocas e sem sentido...
Não me digam nada! Rigorosamente nada! Não tentem inventar palavras ou frases melodiosas porque já outros as disseram e inventaram, soam-me todas iguais, soam-me todas banais... Deixem-me reinventar o silêncio, buscar as palavras dos olhares que brotam da alma... em silêncio, só silêncio. É no silêncio que encontramos a alma de quem olhamos nos olhos, sem desviar o olhar, desnudamo-nos perante esse ser, no abraço sentido reencontramos tudo o que jamais conseguiremos dizer com frases feitas...
Deixem-me reinventar o sonho acordado e sem palavras vazias esvaziar as minhas emoções...
Apenas hoje, deixem-me sonhar... Não me digam palavras...

2008-10-09

Libertem-se as lágrimas...

Hoje posso deixar correr as lágrimas e não me preocupar nada com o que os dedos desenham nas teclas... A minha mãe não saberá nunca deste escrito... Ontem disse-lhe que a distância não existia, de facto não existe, mas não lhe disse que magoa, que o meu coração ficou apertado por não poder estar ao seu lado no dia do seu aniversário... por não poder estender os lábios e tocar o seu rosto enquanto suavemente me aninhava nos seus braços... Ontem pintei um céu azul rodeado de flores amarelas para ela... hoje olho-me ao espelho e revejo a tormenta de sentir a sua ausência, sei que é só física, mas como necessitava de estar a seu lado inventando o pôr de sol e o amanhecer enquanto ela me mimava, falando em murmúrios para mais ninguém entrar neste mundo só nosso... Ontem pintei um sorriso no rosto e alegrei a voz só para ela não sentir a tristeza do meu coração... Ontem queria voar para ir ao seu encontro, só consegui inventar asas imaginárias em sorrisos de ternura...
Hoje vagueio por esta estrada sem fim, sem saber se encontro o caminho que vai dar até ela...
(Foto: José Luís Ferreira)

2008-10-08

Parabéns Mãe...

Fazes hoje 70 anos de uma vida vivida mais em função dos outros do que de ti... És uma excelente Mãe e a nossa maior Amiga. A cada passo que damos estás tu para nos apoiar, quando as lágrimas caiem são os teus braços que as limpam, quando os sorrisos brotam são os teus olhos que brilham de emoção... Conheces a nossa alma como mais ninguém, mesmo à distância consegues intuir o que sentimos.
Nunca estás ausente, nunca estás cansada, pelo contrário estás sempre pronta para nos ouvir e acolher.
Hoje mandar-te-ei um beijo pelo telefone, mas sei que o sentirás no teu rosto como se eu estivesse presente e realmente estou-o, a distância é apenas um aspecto físico, nunca estaremos ausentes dos corações de quem amamos (sei que quando a Inês te beijar sentirás os meus lábios no teu doce rosto e voltaremos a ser uma só e nunca três em separado...).
Parabéns Mãe por este dia.
Com todo o Amor das tuas filhas.

2008-09-24

Até sempre... Dias de Melo


Silenciou-se o Escritor da Baleação... perdi um amigo... desculpa amigo não tenho um cravo vermelho para te oferecer... deixo-te uma rosa.

2008-09-18

Luares...

No céu as cagarras esvoaçavam, enquanto a lua cheia beijava o céu... ao longe o som da guitarra entoando "Je T'aime... Moi Non Plus" de Jane Birkin & Serge Gainsbourg... nós de mãos dadas olhávamos o infinito, perdidos no sentido dos cheiros e da majestosa realidade que nos ultrapassava... Não falávamos, o silêncio dizia mil palavras e as nossas mãos procuravam unidas uma infinidade de significados... Abraçamo-nos... quietinhos com medo de acordar a magia que o tempo real nos tinha oferecido. Ficámos estagnados a olhar o dia que terminava dando lugar á mágica noite que se adivinhava... o mar cantava suavemente enquanto desfalecia nas pedras... a lua cheia adormecia, por fim, nos braços do mar... as árvores murmuravam palavras doces entre si... e nós?... "nós" voávamos nas asas de uma cagarra ao som de uma velha canção... ao encontro do Pico que nos acolhia no seu leito...

2008-09-06

Obra de Ampliação do Museu dos Baleeiros















Após uma longa "maratona" foi inaugurada a Obra de Ampliação do Museu dos Baleeiros. A cerimónia presidida pelo Exmº Senhor Presidente do Governo Regional dos Açores, foi recebida pela Filarmónica Liberdade Lajense, já dentro do novo espaço o Grupo Coral das Lajes do Pico encantou-nos com a canção "Boi do Mar" do qual destaco a brilhante e comovente prestação do Senhor Director do Museu do Pico, seguidamente o Senhor Presidente do Governo Regional destacou no seu discurso a importância do Museu do Pico no contexto Regional.
Como funcionária desta Instituição, à qual me orgulho de pertencer, só tenho de enaltecer a forma como decorreu a inauguração, sem poder descurar o empenho do Exmº Senhor Director Regional, do Director do Museu e daqueles que colaboraram para que tudo estivesse pronto a horas e orgulhasse o povo Lajense.

2008-08-18

2º almoço bloguista no Pico
















Na continuação do que foi feito no ano anterior este pequeno grupo voltou a reunir-se à volta da mesa, este ano no Restaurante "Ancoradouro" na Areia Larga. Compareceram ao encontro o "Castelete Sempre", "Ilhas do Mar" e "Devaneios", para além dos comentadores Artur Xavier, António Madruga e António Ávila. Foi um excelente momento de convívio. Até para o ano.

2008-08-08

Voou nas asas de uma gaivota...

Já aqui disse que lido muito mal com a morte... com o desaparecimento de pessoas que Amo... Perdi uma AMIGA, alguém com quem vivi momentos únicos, que não se repetirão com mais ninguém porque cada ser, é um ser único.
Conheci a Fátinha quando cheguei ao Pico já lá vão 22 anos, fomos muitas vezes juntas ás consultas quando estavámos grávidas, eu do João, ela da Iolanda. Lembro o seu riso, a sua voz quando integrava um conjunto local, lembro-a cheia de vida, fluorescente como um arco-íris. Lembro-a na última viagem que fizéssemos em Abril de Lisboa para o Pico, conversámos imenso, lembro o som da sua voz, o seu abraço quando me viu, a sua força de viver... Nunca a esquecerei.
Perdi uma AMIGA, mas sei que ela voou ao encontro do Criador nas asas de uma gaivota...
À Iolanda e ao José Manuel envio um beijo... lamento mas não tenho palavras para mais...

2008-08-05

Melancolia...

Ao deslizar os dedos pelas teclas sinto-te como um piano que desliza em sons de palavras... já não te toco há tanto tempo, perdi-me algures na melancolia do vazio e no reboliço intenso por onde tenho navegado.
Ando num rodopio intenso que me ultrapassa e esmaga, como se as horas e os dias acontecessem todos ao mesmo tempo, roubando-me tempo para navegar em devaneios ou perder-me a olhar o Pico. Não tenho tempo, nem para sonhos reais ou para cavaleiros andantes nas minhas nuvens de cetim... esgotaram-me o tempo, até aquele que dedico a este espaço que fala apenas do que me vai na alma... esgotaram-me, arrancaram de mim ilusões e realidades sentidas, destruiram-me o pensamento e o sonho. Vivo dias reais de confusão e ruídos em que os sentidos estão todos voltados para um centro que me escraviza.
Penso no sentido da vida, ou em vidas sem sentido que me vão massacrando, mutilando, em tons de cinza e fumaça...
Quero voltar ao azul colorido dos sonhos e das magias, das palavras da alma que rodopiam em ondas quentes e doces, neste mar eterno que me envolve... quero olhar a minha montanha com os olhos do coração em noites de lua cheia embalada pelo cântico das cagarras... quero abstrair-me do ruído das obras e do reboliço do Pico em mês de Agosto e, tranquilamente deixar-me navegar nesta trilogia única: montanha, mar e cânticos...
Estou cansada, necessito parar, dar um mergulho e perder-me ao sabor das ondas... deixar os dedos tocarem as melodias das tuas palavras, não são as minhas, são as da alma que me segredam ao coração... Não sei se voltei, sabes? Amanhã um novo dia nasce e o rodopio continua, e eu? Bem eu estarei envolvida em ruídos cruéis que como punhais se enterram em mim...
Olho-te de novo, minha montanha e embarco no sonho de amanhã te poder contemplar em azuis de marfim com sonatas de cagarra...

2008-07-06

Quando...

Quando as flores dão lugar aos maracujás e invadem de verde o meu pequeno jardim... quando o sol aquece o dia e, a noite, acorda de mansinho coberta de estrelas... quando o mar se transforma de cinzento em azul e verde... quando a minha montanha se descobre perante os olhares extasiados... quando a minha alma voa nas asas de uma cagarra... quando solto o beijo e ele roça os teus lábios ou face... quando abraço o vento que me toca o rosto levemente... quando acordo com um sorriso no olhar... quando estendo a mão e sinto uma mão amiga que espera a minha... quando as lágrimas caiem e as deixo soltas a escorrerem pelo rosto... quando o abraço apertado saí da minha alma ao encontro de outra... quando estou presente mesmo sem me dizerem para estar ali... quando ouço de mansinho a chuva tocada ao som de violinos inventados... quando sinto que estou mais além e ao mesmo tempo possuída pelo meu Pico... quando encontro a paz, depois da tormenta... quando sou eu, mesmo eu, sem me preocupar com o que pensam... quando me entrego por completo, deixo a paz invadir-me e de olhar perdido na montanha pergunto-me até quando??? quando? enquanto as nuvens forem de cetim e tiverem sabor a algodão doce...

2008-06-20

Nevoeiro...


Estou envolta em nevoeiro... (tal como D. Sebastião que estamos à espera que regresse num noite de nevoeiro). Regressarei? Talvez... Partirei? Quase de certeza... Estou de passagem, nesta breve melodia que alguns poetas cantaram e a que ousam chamar vida... Olho o nevoeiro a invadir o meu verde maravilhoso (só esta ilha tem estes verdes) e esvoaço nas asas do meu pássaro azul que teima em cobrir-me de sombras... Serei sombra apenas? Não sei, perco-me no verde imerso em nevoeiro, nos azuis que se transfiguram em cinzentos, no mar límpido a desmaiar de prazer nas encostas de pedra de lavra a clamar o basalto negro que nos preenche... Estou aqui! Estarei aqui? Não sei deixo-me preencher pelo tudo que me inunda para além do que a minha alma alcança... Alcançarei algum dia o tudo? Ou serei apenas uma alma vagueante em busca do equilíbrio harmónico que a vida nos dá? Não sei! Que sei eu? Nada... Deixo-me perder no nevoeiro que me eleva em asas de cagarras que teimam em voar...

2008-06-04

Meu Amor...


Há dias felizes. Hoje é um deles! ... mesmo que o céu estivesse coberto de nuvens, chovesse torrencialmente, o mar cinzento e revolto, eu continuaria feliz... mas não, até o dia, está a contemplar silenciosamente azul a minha felicidade...

Estou a flutuar em nuvens de cetim... deixo passear no olhar todos os sorrisos... nasceu há 17 anos o meu primeiro filho, um dos meus Amores maiores, daqueles que não esmorecem com o tempo, que não acabam ou se esgotam... Amo-o porventura hoje ainda mais do que quando ele nasceu, apesar de o ter amado mesmo antes de o conceber... por ele dou a vida, por ele abdico da vida, porque é nele e na irmã que encontro o sentido da minha caminhada...

Deixo-me tocar levemente pela brisa do mar que me traz os beijos que ele teima em já não me dar... volto atrás no tempo e sinto-o tão meu, será sempre meu... sinto-o no meu colo a ser embalado para dormir...agarrado ao meu peito para ser alimentado... tão inteiramente meu...
O meu doce Amor cresceu, toma decisões, enfrenta a vida e, eu? eu sou a sua sombra, o seu anjo protector... estou presente mesmo quando ele não sabe que eu ali estou, estarei sempre presente...
Olho-te e brilham nos meus olhos todas as estrelas do céu numa noite de lua cheia... Orgulho-me tanto de ti Meu Amor...
(Respeito a sua vontade por isso não publico nenhuma foto dele, ofereço-lhe as flores do meu jardim...)

2008-05-25

Tapetes de Flores...

No dia de Corpo por Deus é habitual um pequeno grupo de pessoas unir-se para fazerem os tapetes de flores na chamada Rua Direita da Vila. Cada vez somos menos, de ano para ano as pessoas vão desaparecendo e os que restam são constituídos por pessoas, já com alguma idade. Poucas são as pessoas das outras ruas da Vila que se disponibilizam para ajudar neste trabalho. Como se a Vila não fosse uma só.
Dos mais jovens poucos são os que se juntam a nós, ainda não perceberam o sentido da tradição e que é das tradições que um povo vive. Sem passado, não há presente, sem presente não há futuro.
Já há vários anos que me uno ao grupo e ajudo no que é possível e sinto um prazer enorme em partilhar aquelas horas com as pessoas que esquecendo os seus afazeres, as suas doenças partilham o seu tempo na ornamentação da Vila. Reconheço que já não temos a mesma energia que tínhamos, mas o certo é que juntas fazemos o que nos é possível e às vezes o impossível. Lamento imenso que a Vila não se una neste dia, lamento que os escuteiros não apareçam para trabalharmos em conjunto. Até este ano foi ainda possível realizar esta tarefa, começámos às 7h da madrugada e terminámos às 11h20m, cansadas, mas com garra conseguimos.
Conheço o passado, o presente já passou, preocupa-me o futuro. Quem irá fazer os nossos tapetes? Quem irá continuar a tradição? Não sei.
A todos os que participaram quero deixar a minha singela homenagem e se Deus quiser, cá estaremos para o ano.



(Foto: Zé)

2008-05-19

Moulin Rouge...

A Mónica e o Mike sonharam e como dizia António Gedeão "...Quando um Homem sonha, o mundo pula e avança..." e avançou! Reuniram vários amigos e colegas e fizeram um espectáculo soberbo, um autêntico acto de cultura. Sem encenador, sem coreografo, sem professor de dança. Durante meses reuniram-se, trabalharam e mostraram que mais uma vez a Ilha do Pico tem um potencial cultural interessantíssimo. Para aqueles que dizem que vivemos no "fim do mundo", que estamos longe dos grandes centros culturais, musicais, cinematográficos, digo-vos que se conseguem fazer grandes "Obras" na Ilha do Pico... Certo é que somos desprezados pelos grandes meios populacionais, a televisão não fez um directo (nem sequer um apontamento), no entanto para os felizardos que tiveram o prazer de assistir a este espectáculo fica a esperança de novas repetições. Com poucos apoios estes jovens demonstraram que a "união faz a força" e o trabalho e esforço foram recompensados pela ovação que receberam no final...
Continuem a Sonhar...

2008-05-13

Princesa


Desejámos-te ainda antes de te conceber... fundimos duas almas e dois corpos num só para Criar o ser maravilhoso que és tu.
Parece que foi ontem, já lá vão 14 anos... que saudades temos de ti em bebé, eras tão nossa, que orgulho temos em ti como adolescente. És uma lutadora, buscas os teus ideais, procuras novos caminhos, és uma amiga sempre presente.
Já 14 anos, passou tão depressa... depressa demais... o tempo é só tempo, o importante é continuar a amar-te e saberes que estaremos sempre a teu lado, nos dia de sol e nos de tempestade. Se caíres sabes que estaremos lá para levantar-te, se voares alto seremos as tuas asas, em cada vitória terás o nosso sorriso, em cada derrota o nosso ombro para chorares...
És o nosso sublime Amor, amar-te-emos sempre...
Um beijo doce nossa princesa e que a vida te dê muitas rosas, que saibas apreciar a sua beleza e aprender a defender-te dos seus espinhos...
Parabéns linda princezinha...

2008-05-04

Flores para a nossa MÃE...

Eu e a Inês queremos dizer o quanto a nossa Mãe é importante nos nossos caminhos. Isto é uma simples mensagem a quatro mãos.
"Mãe, tu que sofrestes as dores do parto, que nos amastes ainda dentro do teu ventre, que sorristes ao nosso primeiro choro (sinal de vida), que nos acompanhastes com lágrimas e sorrisos, nos momentos maus, nas alegrias infindáveis. Tu MÃE que estivestes ao nosso lado, ajudando-nos nas quedas e nas alegrias... Tu MÃE que deixaste de viver a tua vida, para viver em função de nós... A ti que não te demos o devido valor... esquecemos-nos tanto de ti e ao mesmo tempo lembramos-te a cada momento. Tu, nossa Mãe, que renegaste tudo para seres Mãe, que te esqueceste de ti, para nos dares uma vida melhor... És a maior das mulheres. O nosso Amor é todo teu... Tu, que nos ensinaste a ser boas esposas e boas Mães... Tu que chorastes todas as nossas lágrimas e ofereceste o teu colo... Tu que vibrastes em cada vitória nossa... que estivestes presente em cada neto que a vida te deu... Tu, mulher anónima, que ninguém conhece, só nós te entendemos e só nós te amamos para além de tudo... Tu... Mulher... Mãe a 100% que soubestes dizer sim e não... Tu serás sempre a nossa MÃE, olhando com a ternura que o teu abraço nos oferece... Obrigado por seres quem és...És a Maior das Mulheres" As tuas Filhas, hoje e sempre, Querida Mãe...

2008-05-02

Ausência...



Sinto-te a falta... faltam-me as tuas palavras, a melodia harmoniosa da tua voz... o som da guitarra perdida no tempo... Sinto-te a falta... Desejara voar e ir até ti... enroscada no teu abraço perder a dimensão do tempo e do espaço... buscar um tempo sem tempo para te amar... Sinto que o tempo foge... vou perder-me no vazio de uma nuvem de cetim que ninguém alcançará... já não tenho tempo... por entre os dedos fugiu-me a alegria de viver e sentir... entrei numa tempestade cinzenta que me leva para além de ti e desta dimensão real... como se o Criador quisesse que eu voasse até si, sem deixar margem de manobra...
Sinto-te a falta... doí-me infinitavamente a tua ausência... ou será a minha ausência? Estou a navegar num barco sem remos e vela... Procuro-te no vazio do tudo, em emoções de nada. Não te encontro... o tempo escasseia e eu perco-me na ausência... Onde andas? Onde estás? Porque não estendes a mão? Estou só, esvaziada...esventrada, sinto que o tempo para mim parou... acabou! Nada há a fazer... Algum Deus quer que eu me liberte nas suas asas e que abandone, sem princípio ou fim este tempo que parece real...
Sinto-te a falta... tanto que até doí. E, tu vais sentir a minha falta? Os meus olhos estão a fechar-se... sinto que o mar veio buscar-me e partirei com ele em busca de um arco-íris... Um dia, quando voltares, pensa em mim... porque sinto que eu já não estarei aqui...
Sinto-te a falta... tanto... que até doí....



(este texto não é dedicado a ninguém, é apenas um excerto de uma carta muito antiga...)


Foto: José Luís Ferreira

2008-04-23

Campanha da Amizade

Os blogs Ilhas do Mar da Nanda e o São Mateus 2005 da Sandra, nomearam o Devaneios para a Campanha de Amizade. Agradeço, mas não vou cumprir com as regras. Assim a minha nomeação vai para blogs de amigos reais e de amigos virtuais.

http://www.cristao-do-asfalto.blogspot.com/
http://www.osdamontanha.blogspot.com/
http://www.saomateus2005.blogspot.com/
http://pretoybranco.blogspot.com/
http://www.casteletesempre.blogspot.com/.blogspot.com/
http://spectrum-postscriptum.blogspot.com/
http://www.bordadodemurmurios.blogspot.com/
http://www.ardemares.blogspot.com/
http://www.ilhasdomar.blogspot.com/

Como já viram quebrei as regras, não tenho 10 amigos virtuais. Tenho certamente 10 amigos que o não são e não navegam por estas margens.
Agora as regras
Copie o selo aqui no blog ou no Gospel Gifs (http://gospel-gifs.zip.net), nomeie 10 blogs amigos e visite cada um deles avisando da nomeação. Se foi nomeado por alguém, passe adiante e visite os outros nove blogs que foram nomeados junto com você. Ao passar a campanha, pode copiar o texto acima ou criar o seu próprio texto. O importante é não esquecer de avisar onde se encontra o selo e de nomear os seus 10 blogs amigos.

2008-04-22

Tempestade...


Não há céu como o do meu Pico. Faz-me regressar às origens. Só me apaixonei por um céu assim, nos tempos da minha infância, quando o olhava em Setembro em Paraduça (terra natal do meu Pai)...
Olho-o da minha janela, o Sol deita-se nas nuvens em perfeito êxtase... o vento sopra forte agitando todas as emoções escondidas... Rendo-me à beleza eterna que o tempo ou o homem não conseguem tocar... O céu do meu Pico é intocável, só pode ser sentido... Pena, tenho daqueles que não o olham com a alma e não se deixam voar entre os cinzentos iluminados de amarelo vida...
Talvez a tempestade nos invada e o coração se delicie perante a imponência da mãe natureza...
Eu... Quem sou eu? divago nas nuvens que me entram pela janela e me tocam de mansinho num beijo terno fantasiado de sensações...
Olho-o, entrego-me, deixo-o invadir-me todo o meu ser... Sou sua, só sua... voando em devaneios sem fim... O que resta para além de mim?... Nada... vagueio por entre nuvens que anunciam tempestade e pelo sol que adormece no mar...
Estou aqui a olhar-te... perco-me estonteantamente apaixonada por ti... não sei o principio ou o fim... divago em ti... enrolada em nuvens de cetim... em tempestade de emoções... Bendidas emoções que vagueiam no vento...

2008-04-14

Pais e Filhos à Volta do Livro

São João










Piedade













Ribeiras









Não é meu hábito usar este espaço para este tipo de escritos, perdoem-me os linguistas se falhei no tipo de texto.



São 7h15 m da manhã, confesso-me estoirada, mas feliz...


A Comissão de Protecção das Crianças e Jovens das Lajes do Pico, através do Grupo de Trabalho constituído por Ana Jorge, Fátima Santos, Graça Ávila e eu, organizou um Encontro dividido em três Sessões com o tema: "Pais e Filhos à Volta do Livro", tendo como convidado Filipe Lopes - O Contador de Histórias. As sessões decorreram na Piedade, dia 11 de Abril, pelas 21 horas, participaram 17 adultos e 17 crianças; Nas Ribeiras, dia 12 de Abril, pelas 15 horas, participaram 10 adultos e 20 crianças; Em São João, dia 13 de Abril, pelas 15 horas, participaram 20 adultos e 23 crianças. O objectivo foi unir Pais e Filhos à volta de um livro, esquecendo por momentos as lides caseiras, os computadores, a televisão, os telemóveis e afins. Filipe Lopes demonstrou ao longo das três sessões um enorme dinamismo, mobilizando Pais e Filhos e fazendo-os interagir uns com os outros.

De ressalvar o humanismo, simpatia e empatia do nosso convidado, valores que se vão perdendo ao longo dos tempos.

Ao Filipe o nosso Muito Obrigado e a esperança de em breve voltarmos a fazer estas parcerias.


Um agradecimento especial à Vanda Lopes pela sua dedicação a este Projecto.


A todos os que participaram o nosso Obrigado e até breve...





























2008-04-11

Perfeição...


Resta o silêncio... Não há palavras para descrever tamanha beleza... São os olhos da alma que te admiram... que se perdem na tua magia...
Fica o silêncio... e tu majestosamente imponente, perante a nossa pequenez...
(Foto tirada hoje às 8h58m)

2008-04-07

Infinitivamente só....

Olho-te para além do que a visão alcança... procuro-te no sussurrar do mar, para além de mim e de ti...
Busco no infinito horizonte o Pico verdejante onde me encontro... está longe... muito longe! As gaivotas levam no seu voar as saudades que tenho de ti, dos teus verdes maravilhosos e do azul que é só teu, nada se compara às cores que tu me ofereces logo pela manhã... entregues em beijos de espuma branca e carícias de nuvens de cetim...
Perco o olhar... buscando-te por entre o vazio do nada ou do tudo...
Olho-te para além do olhar... buscando-te a alma como som de guitarra que se perdeu no tempo...
Infinitivamente só, deleito-me nos teus sentidos... dispo-me de conceitos e de razões e vagueio solitariamente neste mar teu...
Procuro-te para além do horizonte... para além de tudo o que me rodeia... Procuro-te solitária em busca de um sentido para caminhar... da mão que quero que estendas até mim, mas que desapareceu nas rajadas de vento norte...
Infinitivamente só... sei que te imaginei, não existes... nada existe, excepto esta dor que fere como punhal que ousaste cravar em mim...
Desejaria caminhar nesse mar imenso e perder-me nele sem destino... até encontrar nas margens do Pico o meu eterno porto de abrigo...
Infinitivamente só... tão só... preenchida de ti...



(Foto: José Luís Ferreira)

2008-03-18

Silêncios...

Silenciosamente olho-te… esse vermelho entardecer abraçado a nuvens cinzentas, quase negras… encanta-me!

Lá fora só o som das cagarras entoando cantigas de Amor...

O mar desmaia de prazer nas negras pedras... Cinzas, vermelhos, azuis misturam-se em plena harmonia, formando apenas um...

Os amantes entregam-se ao prazer... fundem-se no silêncio mágico da razão de sentir...

Silêncios... poemas pensados e nunca escritos... palavras que nunca se disseram... só silêncio!

Ébriamente bebo o prazer de te contemplar... deito-me nas tuas nuvens de cetim... sabem a algodão doce... já sabes que sim...

Silenciosamente entrego-me ao prazer de te admirar... sei que és intocável. Não importa... Posso amar-te no silêncio dos tons que me ofereces todas as noites...

Lá fora uma serenata de cagarras embala o início da noite... olho-te ... silenciosamente...

Enfeitiçada por ti... fica apenas o silêncio...

2008-03-09

Enfim... 47

Ao contrário da maioria das pessoas que conheço quando cheguei aos 4o anos, senti-me realmente bem... estava mais madura... mais sensível... mais atenta aos problemas dos outros, em suma mais humanizada, como se o percurso com vários tropeções da vida me tivesse ensinado a ser mais "sábia".


Reconheço que o final dos 45 e os 46 anos não foram muito positivos, tiveram muitos percalços, no entanto acredito que se tivesse passado o mesmo aos 20 ou 30, não teria sabido agir com a mesma harmonia que me fez ultrapassar essa fase menos boa.


Chegaram os 47... fechei imensas portas e abri de novo as janelas que valem a pena para arejar os meus dias. Deixei entrar o Sol e o vento norte varreu por completo algumas teias de aranha que teimavam em minar o que sou...


Estou em inquietante conjugação harmónica com a vida... Assim poderei voltar a voar livre nas asas das cagarras que já animam as noites do meu Pico...

Sei que algumas pessoas ao lerem este texto vão tirar ilações daquilo que não está escrito, não importa, o que me importa realmente é aquilo que os meus amigos conseguem ler no que escrevo...


Obrigado a todos que de alguma forma estiveram comigo neste dia.


















2008-03-06

Tonalidades ...

Perco-me a olhar-te, sinto-te pulsante a emergir da terra, sugando docemente a seiva que te alimenta... A chuva deixa-te encharcada, o vento norte agita-te furiosamente... Continuas ali mesmo assim... para deleite da minha vista preenchida pela tua beleza... saboreio-te, embriago-me com o teu cheiro... entrego-me ao puro prazer de te tocar suavemente, quase a medo... medo de não ser digna de ousar sequer pensar tocar-te... tamanha fonte de beleza, suavidade e efemeridade tu transmites...

Perco-me hoje a olhar-te, amanhã sei que quando te olhar já terás as tuas pétalas abertas ao Sol que te aquece... virei olhar-te todos os dias... sucessivamente as tuas pétalas irão caindo... até ao dia que cairão todas e tu voltarás à terra que te fez nascer...




(Estou cansada de dizer que as fotos são minhas, assim quando tal não acontecer, publicarei a respectiva autoria)

2008-03-03

Em vermelho fogo...

Ontem recebi uma lição de vida de um miúdo de 16 anos. Deu-me a ler um texto que tinha escrito que falava sobre a sociedade actual, essencialmente sobre sentimentos. Descreveu de uma forma pertinente as relações. O sexo confundido com o Amor. O aproveitamento das emoções e da sensibilidade de algumas pessoas por outras que mentem e mascaram sentimentos com belas palavras apenas para obterem o que querem, depois deitam-nas fora como algo descartável e sem qualquer significado. Seguem sempre em frente não sentindo qualquer mágoa por terem ferido outro ser. Como é verdade esta realidade.
Falava também do sinónimo de felicidade no mundo actual que passa por ter um bom emprego, uma boa casa, um excelente carro. Quando a felicidade afinal se atinge não pelos bens materiais mas por pequenas coisas simples para as quais não se dá atenção, nem valor.
O texto estava de tal forma bem escrito, que me perguntei :”Que raio ando eu aqui a fazer, quando um miúdo de 16 anos escreve muito melhor que eu?”
Estamos um pouco habituados a achar que miúdos desta idade são imaturos, confesso que já lidei com muitos homens, que o são muito mais.
Perante este belo pôr do sol detive-me no texto que tinha lido e deitei-me com a alma cheia de beleza... pena que não tenha autorização para publicar aqui uma mensagem tão importante... ficam as palavras doces de quem aprendeu a viver a vida respeitando os outros e dando valor ao que realmente o tem...
(Foto - minha)

2008-02-20

Emotivamente, eu...


Voei toda a noite em pensamentos, emoções, sensações e desejos... dormi pouco, nos braços dos anjos.
Estou cansada, farta diria até, de andar constantemente inquieta, de ter as emoções à flor da pele... de procurar constantemente o meu porto de abrigo, de nunca saber se vou ou estou.
Estou sempre presente dizem os amigos, pois estou! Será esse o mal? O não conseguir desligar, ou o desligar-me de mim para estar sempre presente nos outros? Não sei, aliás não sei nada.
Cada vez que julgo que estou segura, a salvo de todas as inquietações, algo me vem inquietar e pedir a minha atenção. Sempre foi assim, talvez seja sempre assim...
Sei que não sou nada lógica, que vivo sempre em tornados de emoções e sensações, que quanto mais amo uma pessoa, mais sensível me sinto perante tudo o que a rodeia, que quase adivinho aquilo que as palavras não dizem. Cada vez me convenço mais que os melhores sentimentos são partilhados no silêncio dos afectos...
Todos os grandes momentos de vida que vivi foram gerados em sensações e emoções... A primeira vez que senti os meus filhos mexerem-se dentro de mim, quando ao nascerem os deitaram em cima de mim, quando os beijei entre lágrimas, quando os abraço antes da noite acabar, quando os olho quando o dia começa e o beijo tarda... Quando apaixonadamente me apaixono pelo pôr-do-sol, pelo nascer do dia, pela eterna Montanha, pela chuva que me escorre no rosto, pelo Sol que me beija ao amanhecer... Quando divago sem porto de partida ou chegada...
Não deve ser nada fácil conviver com alguém como eu, uma fulana, que está sempre em constante e permanente inquietação, que repudia as convenções, os moralismos, os preconceitos e que vive ao sabor das vagas de mar...
Procuro mesmo um porto de abrigo? Quero mesmo aquietar a minha alma? Sei lá... Deixem-me voar nas asas das gaivotas, em sopros de vento norte...



(Foto - minha)

2008-02-15

Olhar-te...

A madrugada acordou-nos com um sorriso.... Olhámo-nos intensamente e no silêncio do dia que acabava de nascer, deixei-te ler-me a alma profundamente inquieta, que só tu sabes entender...
Desnudei-me por completo sobre o teu olhar que não se desviava do meu... então entendi que seremos sempre apenas um... para sempre...
Adormeci de novo, feliz, nos teus braços...







(Foto minha)

2008-02-07

Sentidos...


Acordei gelada, são 6h45m da manhã.
Venho à varanda e deparo-me com a minha Montanha vestida de branco... aquece-me de imediato a alma e o corpo perante tamanha beleza... fiquei ali parada no silêncio da madrugada a olhá-la...
Deixo as lágrimas escorrer... e completamente só, fico ali sentada a contemplar a beleza que não se esgota, o encantamento que não finda, a paixão que não se extingue....
Lá fora só eu e os passáros disfrutamos desta magia... impera a ausência das falsas palavras... dos sentimentos fingidos...das promessas quebradas... de felicidades por inventar...
Invento um sorriso... volto para a cama abraçada em branco neve, que me aquece e me faz sonhar...

2008-02-04

Montanha...

Detenho-me a olhar o Pico, abraçado em nuvens brancas de algodão doce... o seu imenso verde quase que desaparece no azul cinza que se quer impôr...
Deixo a minha alma inquieta vaguear no meio de tanta cor e luz, por momentos, estou em paz. Nada me faz sentir tão livre e tranquila como a montanha que me obriga a amá-la, como se tudo o resto deixasse de existir.
Não basta olhá-la, é imperioso sentir a magia que ela emana e nas asas das gaivotas voar livremente até ela...pertencer-lhe como se fizesse parte intrínseca de nós...ou nós dela...
Perco-me sempre, ou se calhar, encontro-me sempre, quando ela decide mostrar-se, como uma virgem recatada que se guarda só para quem ela quer...
Desejara ser nuvem, sol, chuva, vento, gaivota ou cagarra para poder adormecer tranquilamente nos seus braços...


Foto: minha

2008-02-01

Carnaval 2008...












Como diz o velho ditado: "A vida são dois dias e o Carnaval são três". Verdade ou mentira o certo é que as ruas das Lajes do Pico se encheram de cor, música e alegria. Mais uma vez a Escola Básica e Secundária das Lajes do Pico organizou um cortejo onde participaram alunos e professores.

Com um grande número de assistentes, apesar do frio e da chuva que ameaçava cair, a Vila ganhou "vida" uniu-se e participou animadamente neste acontecimento.

Será tempo de se tirarem máscaras e, de fantasiar a Vida com cor, música e alegria durante 366 dias.

Bom Carnaval e nada de excessos...





Fotos: minhas (e como não podia deixar de ser dei destaque aos meus dois amores e amigos)

2008-01-23

Preocupações e/ou indiferenças



Andam as revistas côr de rosa e, não só, preocupados com os casos mediáticos da Carla Bruni e do Sarkozy ou do Hugo Chavez com a Naomi Campbell. Se namoram, se vão casar, se já casaram. Ao tomar o pequeno almoço no café, embora tente desligar, ouço que o fulano a anda com a fulana b e a fulana b com o fulano c e assim sucessivamente, dariámos de certeza a volta ao alfabeto e voltávamos ao ponto zero.

Nada destes assuntos me preocupam, ou tiram o sono. O que me deixa preocupada, impotente, triste e até me tira o sono são os dados que constam do Dossier do Desenvolvimento e do Ambiente (ONU), que passo a citar:

"Poderíamos salvar a vida de 5 milhões de crianças que morrem de diarreia todos os anos. Custo: 700 milhões de euros, ou seja, a quantia que o mundo gasta em armas, apenas em 6 horas;
Poderíamos equipar 80 000 aldeias com bombas para tirar água. Custo: 12 milhões de euros, ou seja, a quantia que se gasta num só teste nuclear;
Poderíamos salvar as florestas tropicais. Custo: 1,4 bilhões de euros por ano por um período de 5 anos, ou seja, a quantia que o mundo gasta em armas no período de 12 horas;
Poderíamos impedir a desertificação. Custo: 5,6 biliões de euros, ou seja, a quantia que o mundo gasta em armamento em apenas 2 dias".
Outra fonte Oficial diz:
" - Existem no mundo cerca de 639 milhões de armas de pequeno porte, uma para cada 10 pessoas;
- São produzidas todos os anos mais de 2 balas por cada ser humano;
- 500 000 pessoas são mortas por armas convencionais todos os anos: 1 pessoa por minuto;
- Calcula-se que há 300 000 crianças-soldados envolvidas em conflito;
- 1/3 dos países do mundo gasta mais na defesa e equipamento militar do que nos serviços de saúde e de segurança social;"
Como alguém dizia: "Só se pode filosofar de barriga cheia", se calhar, eu só atenta a isto porque a minha não está vazia. No entanto algo tenho como certo, não me preocupo com a vida do Sarkozy, do Hugo Chavez ou com os casos dos fulanos a e b desta terra...
Fotos: (retiradas da Net)


2008-01-21

Em sonhos do meu Pico...

Ao acordar deparei-me com o azul céu e o Pico, a minha montanha, a impor-se a quem nela detinha o olhar.

Como sempre parei extasiada a olhá-la. Os seus contornos, que relembram o seio de uma mulher, acordavam o horizonte e abraçavam o céu em beijos de ternura tímida.

Todos os meus sonhos voltaram a ser azuis, como o azul céu e mar a acarinhar o verde da montanha que nos deslumbra.

Perdi-me para lá do reboliço da hora matinal, esqueci o ruído das conversas e dos carros que teimam em acelerar, centrei-me na Montanha e voltei a apaixonar-me por esta magia com cheiro a mar que a abraça de mansinho e o céu que lhe sussurra palavras de amor.

Voei nas asas de uma gaivota e entreguei-me ao sabor da magia e cor. Nada mais importa, tudo volta a ser azuis e verdes que se entrelaçam em corpos nus, despidos de preconceitos prendendo-se na beleza de sentir, de dar, de amar, de sonhar...

Como é belo o meu Pico, como descansa a minha vista nesta Montanha que me desperta todas as emoções. Neste enamoramento sou livre e entrego-me plenamente nas asas do sonho...

Estou na ponta do meu Pico e aí, sem telemóvel ligado, deixo-me voar numa nuvem de branco cetim...


(Foto: minha)

2008-01-18

Em compasso de espera...

Estou triste, dessas tristezas que se abatem sobre nós quando nos apercebemos que o sonho afinal não era azul, mas sim cinzento escuro de uma noite sem luar.




Olho o mar revolto que se agita em vagas altas atirando-me para as negras pedras ou para mar alto onde não se vislumbra a terra.




O céu está coberto de cinza a prometer uma chuva que já sinto cá dentro, se calhar, só se calhar, são as lágrimas que escorrem no meu rosto e que não deixo ninguém enxugar.




Não me importo de demonstrar a minha tristeza, sinto-a, está presente até no sorriso que teimo em oferecer. Vá lá, ainda consigo esboçar um triste sorriso, apesar das lágrimas continuarem a percorrer o meu rosto e morrerem lentamente nos meus lábios. Sabem a sal, tal como o mar, que me acalenta o desejo eterno de nele me perder...




Os sonhos deveriam ser eternamente azuis, mas não, alguns ganham vida, outras cores e voam nas asas das gaivotas à procura de outras pedras, outros lugares. Outros tornam-se cinzentos, acabam por morrer e levar com eles um pouco de nós...




Os sonhos, só por serem sonhos, nunca deveriam morrer, deviam esvoaçar livres na brisa do vento norte e espalhar por onde passassem sementes de amores, paixões eternas, cânticos divinos, abraços silenciosos e beijos perdidos no desejo e no tempo...




Os sonhos deveriam ser azuis... mas, como nada é linear na vida, este meu sonho, de que hoje acordei, é apenas e só cinza escuro.















(Foto: José Luís Ferreira)











2008-01-17

As minhas melhores amigas

A minha mãe A minha Princesa












A minha irmã





Hoje comemora-se o "Dia das Amigas", não podia deixar passar o dia sem fazer referência aquelas que são, sem qualquer sombra de dúvida, as minhas melhores AMIGAS. Elas não necessitam de um dia em especial, são-no ao longo de todos os dias, em todos os minutos e segundos do meu caminho. Para estas três Mulheres deixo o meu eterno carinho. A palavra Amor é pouco para eu descrever o que sinto por elas, por isso fica o silêncio do nosso sorriso...

2008-01-07

Sombras...



De volta ao Pico e a este espaço que não consegui acabar porque faz parte de mim como se fosse um filho que concebi e dei à luz.

Aqui estou de novo sem certezas de nada e com dúvidas de tudo. Continuo na incerteza constante se estou, ou não, mesmo aqui.
O meu pensamento voa nas asas das nuvens e parte em divagações que ultrapassam a razão ou o senso comum. Não há hipótese, por mais que deseje ser realista, sou mesmo uma sonhadora, vivo de sonhos, que às vezes, se tornam autênticos pesadelos. Há em mim um permanente desassossego, uma inquietação constante que nunca se acalma. Por muito que caía continuo eternamente apaixonada, pela vida, pelas pessoas, por aquilo que faço ou imagino fazer, não consigo viver de uma outra forma, apesar de todas as desilusões com que me vou cruzando nos meus dias. Pergunto-me se não será melhor repensar os meus passos, atracar o barco da minha vida num porto seguro onde o mau tempo não o atinja e aquietar-me no meio termo de uma vida vivida assim, sem grandes ondas de mar.
Comecei 2008 em pura reflexão, fechei várias portas que estavam abertas em 2007, consegui perceber que o ser humano é realmente o pior dos bichos à face da terra, usam e abusam dos crédulos, daqueles que acreditam nas pessoas, daqueles que se dão por inteiro, por isso a partir de agora estarei aqui de mente e coração aberto apenas para aqueles que navegam no mesmo mar que eu... Feliz 2008 para os que frequentam este espaço.


(Foto: José Luís Ferreira)