2007-09-30

Era uma vez...

Os contos da minha infância começavam sempre com: "Era uma vez..." e terminavam: "... e foram felizes para sempre!", vivi neste mundo de fantasia em que os maus eram castigados e os bons recompensados.
Hoje, olho o mundo e vejo-o de pernas para o ar. Os bons muitas vezes são penalizados e os maus vivem eternamente felizes. O que me deixa mais chocada é que passei a ideia do mundo maravilhoso aos meus filhos. Será que eles estão preparados para viver num mundo para o qual eu não os alertei? Será que vão aprender a defender-se das leis actuais de uma sociedade cada vez mais materialista? Não sei. Gostava de continuar no eterno sonho que tudo tem um final feliz.
Olho em volta e vejo cada vez mais miséria, mais pessoas sem abrigo, trabalho ou dignidade humana. Onde andarão os finais felizes das minhas histórias de criança?
Onde andarão os valores que me ensinaram a praticar? Onde andará o darmo-nos em vez de dar-mos? O que fazemos realmente em relação àquela pessoa que passa por nós? Será que sorrimos? Será que estendemos a mão? Ou será que viramos a cara e fingimos que ninguém por nós passou?
Os contos da minha infância já não são o que eram, nós já não nos pautamos pela dávida ao próximo, estamos indiferentes e preocupados com o "nosso umbigo", transformamo-nos em seres que vivem apenas para si e esquecem o seu semelhante. É triste, a sociedade em que vivemos transfomou-nos em gente fria e cega à dôr dos outros.
Vamos a tempo de mudar?Claro que vamos! Olhemos quem passa como se só o fizesse uma vez na nossa vida, estendamos a mão a quem dela necessita e, o sorriso? Sim o sorriso esse aquece corações e afugenta as mágoas.
"Era uma vez... e viveram felizes para sempre"

5 comentários:

Anónimo disse...

Era uma vez...e viveram felizes para sempre.

Princípio e fim, crónicos, das histórias rosa ou azul que nos contavam, e a todas as gerações anteriores.

Mas tudo, incluindo o mundo, mudou.

O rosa e o azul misturaram-se, não são distintivos de raparigas e rapazes. Uns parecem umas e vice-versa. Os livros, muitas vezes substituidos pelas "play station", são "maçada"...e assim vão vivendo felizes...para sempre?

frosado disse...

os da minha infância tb eram assim, mas agora, quase ninguém é feliz para sempre...:(

Anónimo disse...

"Alice no país das maravilhas" ficou gravado na minha memória para sempre; o livro e o filme porque é impossível apagar uma história infantil, fica cá dentro no nosso imaginário infantil e é bom sentir de vez em quando a criança que fomos e que está apenas adormecida e que por vezes tem que ser despertada porque nos ajuda a viver melhor (o mundo visto pelos olhos de uma criança tem contornos muito suaves).
Um filme, não sei se existe o livro, que tb me deixou boas recordações foi "a princesa com pele de burro", andei à procura para revê-lo, só para saber o que voltaria a sentir, mas não o encontrei.
Parabéns pelo blog, tem mensagens e fotografias muito bonitas. A primeira vez que estive no Pico foi em 1992 com amigos meus e subimos a montanha; foi uma experiência única: subimos num dia cheio de sol, pernoitámos na cratera e no dia seguinte descemos. Quando acabámos de descer o tempo encobriu, tivemos sorte e a ajuda de um francês que já havia escalado os Himalaias!
O Pico é uma ilha com um magnetismo especial, único, já Raúl Brandão o diz, é uma ilha que relembro com alegria, muito diferente da ilha onde nasci, a Terceira.
bjs
Elisabete

Cristao-do-asfalto disse...

era uma vez...
hera igual à idade...
era passado...
oa passos do passado são importantes no presente e nos levam ao futuro...
de alguém que te admira
do irmão P.A., para a minha familia super mais mais...

theresia disse...

Paulo
Obrigado pelas palavras. Esta família "super mais mais..." também é tua e sê-lo-á sempre.
Até sempre irmão.