2008-10-09

Libertem-se as lágrimas...

Hoje posso deixar correr as lágrimas e não me preocupar nada com o que os dedos desenham nas teclas... A minha mãe não saberá nunca deste escrito... Ontem disse-lhe que a distância não existia, de facto não existe, mas não lhe disse que magoa, que o meu coração ficou apertado por não poder estar ao seu lado no dia do seu aniversário... por não poder estender os lábios e tocar o seu rosto enquanto suavemente me aninhava nos seus braços... Ontem pintei um céu azul rodeado de flores amarelas para ela... hoje olho-me ao espelho e revejo a tormenta de sentir a sua ausência, sei que é só física, mas como necessitava de estar a seu lado inventando o pôr de sol e o amanhecer enquanto ela me mimava, falando em murmúrios para mais ninguém entrar neste mundo só nosso... Ontem pintei um sorriso no rosto e alegrei a voz só para ela não sentir a tristeza do meu coração... Ontem queria voar para ir ao seu encontro, só consegui inventar asas imaginárias em sorrisos de ternura...
Hoje vagueio por esta estrada sem fim, sem saber se encontro o caminho que vai dar até ela...
(Foto: José Luís Ferreira)

1 comentário:

Anónimo disse...

É o tal abraço que necessitamos dar aqueles que nos dão tudo sem esperar nada em troca. O corpo precisa do contacto daquele abraço dos pais, dos irmãos e dos amigos verdadeiros.
Beijos e um bom fim de semana.