2007-03-15

Nas asas do tempo...

Por causa dos comentários de um "amigo antigo" vieram-me à memória pessoas importantes na minha vida que não fazem parte deste meu tempo presente.
O meu avô paterno, que do alto do seu 1,80m, só emanava ternura e carinho (foi ele que me ensinou a ler e a escrever, ainda eu não tinha entrado para a Primária);
A minha avó paterna, pequenina, franzina e de um dinamismo fora de série que impunha respeito ao marido e aos quatro filhos que tiveram;
O meu avô materno, um homem dócil que escondia dos meus pais as minhas diabruras e algumas das quedas que eu dava porque decidia constantemente trepar às oliveiras;
A Dª Ana, mãe do meu companheiro (desculpem a palavra sogra soa-me sempre a uma conotação negativa), que com a sua difícil vivência me ensinou a amar mais e mais e aproveitar o momento presente. Estes já partiram, o tempo só os traz até mim na memória.
A minha grande amiga Teresa, andavámos sempre juntas, sabiamos quase tudo uma da outra (nunca se sabe tudo realmente de ninguém), mesmo depois de eu estar no Pico ainda nos escrevemos durante longos anos. Agora não sei nas voltas da vida por onde anda, se calhar procura o tempo perdido;
O Emanuel, doce e calmo que me limpou muitas lágrimas que nunca foi ele que causou. Ainda hoje tenho em casa dos meus pais o retrato a carvão que de mim fez. Perdi-o neste ritmo sucessivo de tempo que teima em não parar;
O Fernando Gil, de viola ao ombro e bloco de desenho na mão. Acredito que ainda hoje viaja nos acordes da vida com a sua viola e com o bloco de papel branco pronto a desenhar. Não o sei só imagino.
Para eles envio o meu carinho e, se por acaso, me lerem dêem notícias. Às vezes o passado e o presente andam de mãos dadas...

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro "amigo" nao se preocupe com a minha falta de comentários, que não foi por não conseguir, pois só o faço exporádicamente pois ao contrário de você tenho o prazer de desfrutar dessa amizada com presença física quase diáriamente o que infelizmente lhe provoca algum íncomodo.