2006-06-13

Abraços da noite

O Sol adormece de mansinho nos braços da noite, embalado em cantigas de dormir pelo vento Norte... Desaparece suavemente, dando lugar à noite em brilho de lua cheia... Olho o fim do dia e o começo da noite, nada morre, tudo renasce. A vida sucede-se, repete-se ou deslumbra-nos por completo numa reviravolta total. Nada é igual, ninguém é igual, somos viajantes deste espaço que se repete sem nunca se repetir... Nós é que teimamos em repetir a vida em gestos ou acasos, porque é mais fácil não questionar, não mudar, continuar quietos no nosso cantinho sem ouvir os clamores da natureza em gritos d'alma... Que bom seria se tirassemos as máscaras, se nos assumissemos como seres inquietos e cheios de dúvidas, como seres que choram e riem pelos caminhos que trilhamos na vida.
É tão bom deixar a alma pairar na natureza, deixá-la adormecer com o Sol, embriagar-se com a noite e renascer com o dia novo... Eu deixo a minha vida andar ao acaso nas asas das cagarras, porque a liberdade do nosso sentir não pode estar preso, nem em gaiolas douradas...


(Foto: minha - Prainha do Norte - 10 de Junho)

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