2008-01-23

Preocupações e/ou indiferenças



Andam as revistas côr de rosa e, não só, preocupados com os casos mediáticos da Carla Bruni e do Sarkozy ou do Hugo Chavez com a Naomi Campbell. Se namoram, se vão casar, se já casaram. Ao tomar o pequeno almoço no café, embora tente desligar, ouço que o fulano a anda com a fulana b e a fulana b com o fulano c e assim sucessivamente, dariámos de certeza a volta ao alfabeto e voltávamos ao ponto zero.

Nada destes assuntos me preocupam, ou tiram o sono. O que me deixa preocupada, impotente, triste e até me tira o sono são os dados que constam do Dossier do Desenvolvimento e do Ambiente (ONU), que passo a citar:

"Poderíamos salvar a vida de 5 milhões de crianças que morrem de diarreia todos os anos. Custo: 700 milhões de euros, ou seja, a quantia que o mundo gasta em armas, apenas em 6 horas;
Poderíamos equipar 80 000 aldeias com bombas para tirar água. Custo: 12 milhões de euros, ou seja, a quantia que se gasta num só teste nuclear;
Poderíamos salvar as florestas tropicais. Custo: 1,4 bilhões de euros por ano por um período de 5 anos, ou seja, a quantia que o mundo gasta em armas no período de 12 horas;
Poderíamos impedir a desertificação. Custo: 5,6 biliões de euros, ou seja, a quantia que o mundo gasta em armamento em apenas 2 dias".
Outra fonte Oficial diz:
" - Existem no mundo cerca de 639 milhões de armas de pequeno porte, uma para cada 10 pessoas;
- São produzidas todos os anos mais de 2 balas por cada ser humano;
- 500 000 pessoas são mortas por armas convencionais todos os anos: 1 pessoa por minuto;
- Calcula-se que há 300 000 crianças-soldados envolvidas em conflito;
- 1/3 dos países do mundo gasta mais na defesa e equipamento militar do que nos serviços de saúde e de segurança social;"
Como alguém dizia: "Só se pode filosofar de barriga cheia", se calhar, eu só atenta a isto porque a minha não está vazia. No entanto algo tenho como certo, não me preocupo com a vida do Sarkozy, do Hugo Chavez ou com os casos dos fulanos a e b desta terra...
Fotos: (retiradas da Net)


2008-01-21

Em sonhos do meu Pico...

Ao acordar deparei-me com o azul céu e o Pico, a minha montanha, a impor-se a quem nela detinha o olhar.

Como sempre parei extasiada a olhá-la. Os seus contornos, que relembram o seio de uma mulher, acordavam o horizonte e abraçavam o céu em beijos de ternura tímida.

Todos os meus sonhos voltaram a ser azuis, como o azul céu e mar a acarinhar o verde da montanha que nos deslumbra.

Perdi-me para lá do reboliço da hora matinal, esqueci o ruído das conversas e dos carros que teimam em acelerar, centrei-me na Montanha e voltei a apaixonar-me por esta magia com cheiro a mar que a abraça de mansinho e o céu que lhe sussurra palavras de amor.

Voei nas asas de uma gaivota e entreguei-me ao sabor da magia e cor. Nada mais importa, tudo volta a ser azuis e verdes que se entrelaçam em corpos nus, despidos de preconceitos prendendo-se na beleza de sentir, de dar, de amar, de sonhar...

Como é belo o meu Pico, como descansa a minha vista nesta Montanha que me desperta todas as emoções. Neste enamoramento sou livre e entrego-me plenamente nas asas do sonho...

Estou na ponta do meu Pico e aí, sem telemóvel ligado, deixo-me voar numa nuvem de branco cetim...


(Foto: minha)

2008-01-18

Em compasso de espera...

Estou triste, dessas tristezas que se abatem sobre nós quando nos apercebemos que o sonho afinal não era azul, mas sim cinzento escuro de uma noite sem luar.




Olho o mar revolto que se agita em vagas altas atirando-me para as negras pedras ou para mar alto onde não se vislumbra a terra.




O céu está coberto de cinza a prometer uma chuva que já sinto cá dentro, se calhar, só se calhar, são as lágrimas que escorrem no meu rosto e que não deixo ninguém enxugar.




Não me importo de demonstrar a minha tristeza, sinto-a, está presente até no sorriso que teimo em oferecer. Vá lá, ainda consigo esboçar um triste sorriso, apesar das lágrimas continuarem a percorrer o meu rosto e morrerem lentamente nos meus lábios. Sabem a sal, tal como o mar, que me acalenta o desejo eterno de nele me perder...




Os sonhos deveriam ser eternamente azuis, mas não, alguns ganham vida, outras cores e voam nas asas das gaivotas à procura de outras pedras, outros lugares. Outros tornam-se cinzentos, acabam por morrer e levar com eles um pouco de nós...




Os sonhos, só por serem sonhos, nunca deveriam morrer, deviam esvoaçar livres na brisa do vento norte e espalhar por onde passassem sementes de amores, paixões eternas, cânticos divinos, abraços silenciosos e beijos perdidos no desejo e no tempo...




Os sonhos deveriam ser azuis... mas, como nada é linear na vida, este meu sonho, de que hoje acordei, é apenas e só cinza escuro.















(Foto: José Luís Ferreira)











2008-01-17

As minhas melhores amigas

A minha mãe A minha Princesa












A minha irmã





Hoje comemora-se o "Dia das Amigas", não podia deixar passar o dia sem fazer referência aquelas que são, sem qualquer sombra de dúvida, as minhas melhores AMIGAS. Elas não necessitam de um dia em especial, são-no ao longo de todos os dias, em todos os minutos e segundos do meu caminho. Para estas três Mulheres deixo o meu eterno carinho. A palavra Amor é pouco para eu descrever o que sinto por elas, por isso fica o silêncio do nosso sorriso...

2008-01-07

Sombras...



De volta ao Pico e a este espaço que não consegui acabar porque faz parte de mim como se fosse um filho que concebi e dei à luz.

Aqui estou de novo sem certezas de nada e com dúvidas de tudo. Continuo na incerteza constante se estou, ou não, mesmo aqui.
O meu pensamento voa nas asas das nuvens e parte em divagações que ultrapassam a razão ou o senso comum. Não há hipótese, por mais que deseje ser realista, sou mesmo uma sonhadora, vivo de sonhos, que às vezes, se tornam autênticos pesadelos. Há em mim um permanente desassossego, uma inquietação constante que nunca se acalma. Por muito que caía continuo eternamente apaixonada, pela vida, pelas pessoas, por aquilo que faço ou imagino fazer, não consigo viver de uma outra forma, apesar de todas as desilusões com que me vou cruzando nos meus dias. Pergunto-me se não será melhor repensar os meus passos, atracar o barco da minha vida num porto seguro onde o mau tempo não o atinja e aquietar-me no meio termo de uma vida vivida assim, sem grandes ondas de mar.
Comecei 2008 em pura reflexão, fechei várias portas que estavam abertas em 2007, consegui perceber que o ser humano é realmente o pior dos bichos à face da terra, usam e abusam dos crédulos, daqueles que acreditam nas pessoas, daqueles que se dão por inteiro, por isso a partir de agora estarei aqui de mente e coração aberto apenas para aqueles que navegam no mesmo mar que eu... Feliz 2008 para os que frequentam este espaço.


(Foto: José Luís Ferreira)