2008-01-18

Em compasso de espera...

Estou triste, dessas tristezas que se abatem sobre nós quando nos apercebemos que o sonho afinal não era azul, mas sim cinzento escuro de uma noite sem luar.




Olho o mar revolto que se agita em vagas altas atirando-me para as negras pedras ou para mar alto onde não se vislumbra a terra.




O céu está coberto de cinza a prometer uma chuva que já sinto cá dentro, se calhar, só se calhar, são as lágrimas que escorrem no meu rosto e que não deixo ninguém enxugar.




Não me importo de demonstrar a minha tristeza, sinto-a, está presente até no sorriso que teimo em oferecer. Vá lá, ainda consigo esboçar um triste sorriso, apesar das lágrimas continuarem a percorrer o meu rosto e morrerem lentamente nos meus lábios. Sabem a sal, tal como o mar, que me acalenta o desejo eterno de nele me perder...




Os sonhos deveriam ser eternamente azuis, mas não, alguns ganham vida, outras cores e voam nas asas das gaivotas à procura de outras pedras, outros lugares. Outros tornam-se cinzentos, acabam por morrer e levar com eles um pouco de nós...




Os sonhos, só por serem sonhos, nunca deveriam morrer, deviam esvoaçar livres na brisa do vento norte e espalhar por onde passassem sementes de amores, paixões eternas, cânticos divinos, abraços silenciosos e beijos perdidos no desejo e no tempo...




Os sonhos deveriam ser azuis... mas, como nada é linear na vida, este meu sonho, de que hoje acordei, é apenas e só cinza escuro.















(Foto: José Luís Ferreira)











3 comentários:

Maria Silva disse...

Olá,

Quero desejar melhores sonhos...azuis.

bjs

Anónimo disse...

Mas apesar de tudo, "o sonho comanda a vida".
Indistintamente da cor.

APC disse...

Por cima das nuvens o céu é sempre azul. Sempre.