2007-06-25
Voar...
Hoje apercebi-me que por andar tão ocupada estou a deixar para segundo plano as coisas que mais amo na vida. Não tive tempo para ir ver a minha filha tocar piano, já há três dias que não telefono aos meus pais e à minha irmã, já não telefono aos meus amigos para bebermos um café há imenso tempo, ou seja, estou tão cansada e com tantas coisas em mente que não tenho tempo para os que Amo e, para mim, então nem se fala. Hoje li a minha alma e com ela nua vi que ando a mil à hora, que cada vez que os meus filhos me perguntam uma coisa respondo: "o que é" em vez de lhes dizer "diz filho(a)". Tenho de parar. Adoraria tirar um ano sabático para só me dedicar àquilo que mais amo fazer: ser mãe, namorar mais com o meu companheiro, estar mais com os meus amigos, penso que será apenas um sonho, esta máquina que é a vida obriga-me a rodopiar loucamente em várias coisas. Falta-me tempo, necessito de tempo, preciso de fugir ao tempo. Tenho de voar, de me sentir liberta de amarras e deveres, quero ser gaivota que esvoaça livre ao sabor do vento ou cagarra que grita prenúncios de bom tempo. Quero ter tempo, para dar tempo áqueles que amo. Libertem-me as grilhetas que o que eu quero é voar...
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2 comentários:
É, por vezes paramos uns instantes e reparamos que a velocidade é excessiva.
Quase nunca desaceleramos. Mas fica o propósito, que rapidamente é ultrapassado pelo quotidiano impiedoso e exigente.
Mesmo no Pico, haver quem disso tenha consciência, não deixa de me espantar. Porque a tranquilidade que aí encontro, não tem nada a ver com o bulício constante de Lisboa, por exemplo.
Cuidado!
Eu sei que o ritmo não depende tanto dos locais, mas das pessoas.
Querer acudir a tudo e a tudo dar resposta, pode não ser o melhor caminho.
Bom texto de reflexão.
A fotografia do Castelete Sempre e o comentário que vossemecê colocou são de uma lucidez arrepiante. Mas, uma vez que as Lajes está praticamente ao nível do mar, para a proteger totalmente só com uma muralha alta à volta, o que pode parecer o campo de concentração de Auschwitz, nada agradável, portanto.
Tal como a D. Teresa, vivo angustiado com este dilema desde há muitos anos. Não é que, para meu espanto, dei de caras com a solução, há cerca de um mês.
Sim, fez-se-me luz ao ler um artigo do Jornal de Notícias. Em Abrantes construiu-se o maior açude da Península Ibérica. Sim, com 240 metros. Daria para tapar dois campos de futebol, à vontadinha. Mas, dir-me-á vocemecê, e depois?
E eu digo, é que este açude é insuflável, aqui é que tá o truque.
No Verão, o açude está esvaziado, como as braçadeiras dos pequenos, e a gente pode saborear a brisa e descansar a vista no mar azul.
Depois, é só encher no Inverno. Apenas tem de se ter cuidado com os espinhos dos juncos e, c’um catano, tá feito.
Aceito desde de já os agradecimentos do pessoal, dos visitantes e das autoridades com competência, por ter resolvido tão grande imbróglio.
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