2007-08-13

Partida...



Confesso que apesar de ser cristã lido mal com a morte, não com a minha porque sei que estou de passagem e a porta está sempre entreaberta, muito embora me preocupe se estarei ou não presente nos acontecimentos importantes da vida dos meus filhos. O que me magoa é ver aqueles com quem convivo diariamente e os que amo partirem, fico sempre sufocada e até as palavras me doem, geralmente nessas ocasiões o silêncio apodera-se de mim e, se fosse avestruz, acho que escondia a cabeça num buraco.



A verdade é que não lido bem com partidas, prefiro sempre as chegadas. A chegada é sinónimo de alegria, de festa e mesmo que os nossos olhos derramem lágrimas são sempre um conforto para a alma. A partida é quase sempre um momento de tristeza em que a alma fica dorida e as lágrimas não atenuam a dor, são apenas sinal de sofrimento.


Não acredito que nesta altura da minha vida aprenda a lidar com isto, estou demasiado velha para mudar emoções que fazem parte de mim intrinsecamente.


Sei que vou encontrar em Deus um pouco de paz, mas por enquanto estou triste, apenas e só isto, triste...



1 comentário:

Anónimo disse...

Entre partidas e chegadas só há uma escolha possível.
Quando chego falo a todos, quando parto não me despeço de ninguém.
O Artur costuma dizer que "o melhor da festa...é antes da festa". E eu concordo.

Mas essas são as partidas com provável regresso.
As outras...as definitivas, magoam muito.
Ao longo dos anos, a quantas dessas partidas assistimos?
E cada uma parece mais dolorosa.

"É a vida!", diz o povo.
Qu raio de vida!